A gente se conforma
Postado por
Sílvio Titato
segunda-feira, 5 de maio de 2014 at 06:54
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Não deveria, mas a gente se acomoda com tantas coisas que o
mundo e a sociedade nos ensinam. Há tanta ideologia nos impulsionando, e muitos
de nós não questionamos, apenas aceitamos e seguimos a maré...
A gente se conforma com uma única visão de religião. E nós nem tentamos buscar
algo diferente, outras filosofias ou, pelo menos, apenas conhecer antes de
julgar.
A gente se conforma
com o noticiário da TV que só mostra desgraças, aceitando que ver gente morta e
catástrofes é um divertido entretenimento, afinal, dá-se audiência com isso. E nós
nos esquecemos do lado positivo que a vida pode nos oferecer. Apegamo-nos à ideia de catarse e pensamos merecer o sofrimento para pagar uma dívida com o mundo, com os céus...
A gente se conforma
em ver homossexuais sendo espancados. E nós acreditamos que lhes é merecido por
serem diferentes e aceitamos a ideia que sexualidade é opção.
A gente se conforma
de que um verdadeiro ídolo é um atleta qualquer, um maluco que cria gírias na TV
ou na internet, um político sem ética que excita o ódio e cospe preconceitos. E nós nos esquecemos das grandes personalidades que
revolucionaram o mundo com ensinamentos e descobertas.
A gente se conforma em parecer sempre feliz nas redes sociais. Como se todos estivessem bem o tempo todo. A felicidade se tornou obrigatória. E vivemos o virtual júbilo, pregando sorrisos amarelos, quando que, na realidade, a vida nem sempre nos mostra os dentes. Passamos nosso efêmero percurso aqui ostentando a tal felicidade. Talvez para que os inimigos vivam mais para ver uma suposta glória, e caímos na mediocridade do beijinho no ombro, que é um sinal de que alguém deveria nos invejar porque estamos jubilosos e deveras dignos dessa inveja. É uma disputa para quem se mostra melhor, às vezes, somente na foto.
A gente se conforma em parecer sempre feliz nas redes sociais. Como se todos estivessem bem o tempo todo. A felicidade se tornou obrigatória. E vivemos o virtual júbilo, pregando sorrisos amarelos, quando que, na realidade, a vida nem sempre nos mostra os dentes. Passamos nosso efêmero percurso aqui ostentando a tal felicidade. Talvez para que os inimigos vivam mais para ver uma suposta glória, e caímos na mediocridade do beijinho no ombro, que é um sinal de que alguém deveria nos invejar porque estamos jubilosos e deveras dignos dessa inveja. É uma disputa para quem se mostra melhor, às vezes, somente na foto.
A gente se conforma
com a ideia de que os negros deveriam sempre estar nas classes inferiores. E
nós nem questionamos que se a África fosse um continente rico, talvez nunca tivesse
sua população escravizada, visto que, talvez, a escravidão e tudo que ocorreu com
os negros tenha sido uma questão social e econômica, e nem tanto pela cor da pele, porém, este estigma tenha enraizado no inconsciente popular e nem questionamos, aceitamos o preconceito, em vez de tentarmos entender a triste história dos negros no Brasil. E até hoje prevalece a lei do mais forte
ou quem pode mais. E também nos conformamos que quem sempre vai parar na prisão
no Brasil é quem não tem poder aquisitivo e vimos grandes ladrões e assassinos
de colarinho branco saírem impunes.
A gente se conforma
de que políticos são sempre ruins e ladrões. E nos esquecemos que há tantos que
lutam para fazer a diferença e que acreditam no Brasil. E a gente se conforma
em generalizar tudo, sem questionar.
A gente se conforma
que se casar é um dever e quem foge a essa regra é visto como um sem rumo na
vida. Como se todos fôssemos iguais e devêssemos sempre andar nos trilhos que
nos sugerem. E há tantos casamentos de fachada e ainda insistimos em mantê-los
para nos enquadrarmos às exigências.
A gente
se conforma com tantas outras coisas que esse texto poderia ter muitas páginas.
Nós nos conformamos e quase nunca perguntamos o porquê, não queremos ver além
de padrões que nos oferecem, afinal, é melhor usarmos as rédeas que a maioria tem,
sem ao menos questionar, é mais fácil. E seguimos a lei do “sempre foi assim
mesmo...” E continuamos todos de rostos
distintos, mas de mentes idênticas e apagadas.
Pedra Sutil
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