Os ditos populares e o ovo almejado
Postado por
Sílvio Titato
sábado, 29 de setembro de 2012 at 15:50
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"Não conte com o ovo na barriga da galinha". Usarei esse dito popular como gancho desta nossa prosa. Utilizarei
a palavra ovo no sentido de objetivo e realizações. E quantas vezes esperamos
por algo que talvez nem ocorra. E nosso ovo vem choco e estragamos nossas
expectativas. Melhor mesmo é criar as galinhas e não expectativas.
Mas se o ovo estiver
mal cozido? “O apressado come cru”. E não esperamos a hora das coisas
acontecerem. Foram nove meses para nascermos, mas queremos do dia para a noite
determinadas situações resolvidas em nossas vidas. Um bom xarope chamado “tempo”
pode ser um bom remédio mesmo. Até para aguardar que o ovo esteja preparado
para se tornar omelete.
Esses ovos, chamados
objetivos, que todos temos que perseguir, “cautela nunca é demais”. Há muitas
raposas à espreita, querendo disputar nossos preciosos ovinhos.
Nessas buscas por
ovos, existem aqueles que procuram por ovos de ouro e se encantam com uma
bijuteria qualquer só porque elas reluzem. Mas esquecem que “nem tudo que reluz
é ouro”.
Mas nessa história
toda de ditos populares e ovos nem sempre “os últimos serão os primeiros”.
Serão os retardatários. Há vários ninhos a serem conquistados e muitos ovos que
poderemos desfrutar. É bom não perder tempo, a concorrência anda desleal.
Há pessoas que
alcançam o ovo almejado e vivem a chocá-lo. Guardam seu ovo e passam a vida sem
experimentarem outras possibilidades. Com um ovo se pode fazer omelete, mas
também gemada, ovo mexido, cozido... E tantos têm a faca e o ovo nas mãos e não
fazem nada. Ops! Mas não seria a faca e o queijo? Tenho aqui minha licença
poética...
Se o ovo já fora
alcançado e não há mais meios de utilizá-lo, busquemos outro. Tem ovo de
galinha, de pata, de codorna. Há os ambiciosos e atrevidos: os que querem ovo
de avestruz. Talvez a vida seja para esses ou para os que tiveram sorte. “Mas
não confie na sorte. O triunfo nasce da luta”. Mas quem sou eu para questionar
o ovo alheio? Afinal, “cada cabeça, uma sentença.” Caso esteja feliz com seu
ovo, ótimo! Se não, tente outro.
Há a história de um príncipe
chamado Pedro que amava muito uma moça chamada Inês de Castro. Essa,
pertencente à plebe. O rei, pai de Pedro, não aceitando essa união, mandou
matar a moça.
O ovo de Pedro era o
amor de Inês. E já não adiantava mais “chorar sobre o leite derramado”. Pois, o
seu ovo havia sido quebrado. E literalmente: “Agora, Inês é morta”.
Não sei o resto da história de Pedro. Mas se o ovo se quebrou e não
serve mais, está na hora de almejar outro.
Nesse lance chamado vida é preciso ter espírito aventureiro e sair à
caça de novos ovos assim que percebermos que os que temos de nada mais servem.
E “nada como um dia após o outro” para arregaçarmos as mangas e caçar novos
objetivos. Porém, “quem não tem cão, caça com gato”, ou seja, façamos algo para
conquistar cada dia mais ovos possíveis, assim teremos boas histórias para
contar e quem sabe decifrarmos se quem veio primeiro foi o ovo ou a galinha.
Pedra Sutil
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