A demonização de Dilma
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Sílvio Titato
sábado, 11 de outubro de 2014 at 08:22
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Tentei não escrever sobre política nesse período, mas fui
vencido pela caneta.
Não sou do tipo de
ser fã de ninguém. Primeiro, sei que as pessoas cometem erros, e se me fanatizo,
irei me decepcionar um dia com esse alguém. Não sou fã de Dilma e nem de seu
oponente político. Tenho meus ideais políticos, nesse sentido, o candidato que mais
me representa é, ainda, o do atual governo.
Dilma é pouco comunicativa, enquanto que o outro candidato
tem explícita oratória. Um bom presidente, em meu ponto de vista, não precisa
falar bem, mas saber administrar. Quando há debates, vem a mídia massacrando a
candidata que além de pouco jeito aos holofotes tem um semblante sério e de
poucas palavras.
O que me espanta é que desde que o ex-presidente Lula
assumiu a liderança desse país começou-se um processo de demonização de seu
partido.
Óbvio que a população não gostaria de ouvir falar em
corrupção, mas ela ocorre, sim. E hoje é mais nítida e apurada, diferente de
outras épocas. Por isso não era conveniente ter Lula como herói. Houve falhas
em seu governo. Como há falhas nesse e como haverá nos próximos, óbvio!
Em um pensamento dualista entre bem e mal, ideia
ultrapassada e cafona, muitos desinformados creem que somente os bolsistas
votam no PT, partido esse que foi demonizado pelas grandes mídias. Lembra-me
muito o que a igreja fez com as mulheres liberais na idade média. Criou-se o
arcaico pensamento de tornar maléfico o atual governo, promovido pela oposição política
que quer voltar ao poder a qualquer custo. Daí a velha arma de demonizar, se é
que existe esse verbo, que faço jus aqui. Perfeito ato num país pobre em
questão do que é fé e religião, regido pelos atrasos de crenças jesuítas.
Todos os avanços obtidos nesses anos são claros, não há como
negar. FHC contribuiu, Lula contribuiu. Fiquemos nesse duelo pobre entre bem e mal
onde não há tal lado. Há jogo de poder, de manipulação de mídia... E muitos sem
informação saem gritando fora PT. As manifestações ocorridas foram para pedir
mudanças. Ora, mudanças não ocorrem do dia para noite e um presidente não pode
fazê-las sozinho, a não ser com um golpe de Estado que não é uma opção
coerente. Daí a importância do discernimento do voto nos deputados e senadores. Sem falar que houve manifestações em âmbito municipal, exigindo melhorias que seria de âmbito federal ou estadual, ou seja, um grito sem saber a quem. Manifestação sem lógica, nesse caso.
Demonizar Dilma é, de fato, a maneira mais efetiva de
pobreza de espírito de um lado político e de uma mídia de interesses que vêm há
anos tentando fazer a população vê-la e a seu partido de uma maneira negativa.
Funciona onde crendices populares ainda imperam sobre o bom senso e o mínimo de
orientação.
Silvio Titato
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