O colírio nosso de cada dia
O Macaco Simão sempre comenta sobre um colírio alucinógeno... Fui comprar o meu colírio, que não é alucinógeno, pois, segundo o oftalmologista, sofro de olho seco. Meu olho fica seco por um colírio, mas está tão caro que acho que deve haver algo além nele mesmo... Mas alucinações? Nenhuma! Só meu bolso que anda tendo por ter de pagar por medicamentos tão caros.
Ouvi comentários que a nossa presidenta quer que em breve saia nas notas fiscais os valores que pagamos de impostos. Para quê? Para ficarmos mais revoltados? Ai, Dona presidenta, poupe-nos de sabermos disso... Meu colírio que paguei vinte reais, deverá ter uns sete reais de impostos. E o que farei com minha revolta por conta disso e com meu olho seco? Meu bolso também seca e para ele não há colírio...
Um passeio pelos supermercados e pronto! Mais seca... Não, não quero saber quanto pago de impostos! Imagine saber o quanto pago de impostos sobre o papel higiênico? Iria recorrer aos jornais velhos...
E escrevendo aqui, meu olho seca novamente, mas pouparei o colírio que é tão caro. Imagine quem tem de fazer uso contínuo de medicamentos em um país em que até os produtos básicos são tão salgados?
Falando em salgado, pagamos cerca de 15% de impostos sobre o sal, 17% sobre o arroz e 34% sobre os medicamentos. Não posso me dar o luxo de ter olho seco... Meu bolso anda pior que o Saara e não há nem sequer uma miragem de uma bela lagoa para aliviá-lo...
Aguardo ansiosamente pela chuva. Que ela venha aliviar esses dias secos e que suas gotas umidifiquem meus olhos que estão fartos de assistirem tantos rumores de corrupção que molham os bolsos de certos politiqueiros que nos confundem com o Patati e Patatá quando ficamos sabendo o quanto pagamos de tributos e ainda somos roubados na cara dura...
Macaco Simão, onde adquirimos esse tal colírio alucinógeno?
Pedra Sutil
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