Caleidoscópio

E converte-se a euforia em respiração pouca

E as mãos trêmulas vão à boca,
As pernas bambeiam-se num dançar involuntário
O sossego da mente desaparece e vozes roucas surgem
Gemidos frenéticos e mórbidos afastam a calmaria amiga.

O palpitar do coração é religiosamente compassado
E se ouve os ruídos do vento que briga com a janela
Os pássaros se silenciam e não se ouve mais nada
A não ser o pulso fraco que toma o corpo.
Uma lágrima rola sozinha e esquecida.
Sua umidade em meio ao deserto parece miragem.

Os olhos se fecham, aguardando acalmar a correnteza
Ansiando o nascer do próximo sol
Da luz, que dele surgirá, e que acalentará a alma
Da luz, que refletida, brilhará o caleidoscópio
Afastando a nostalgia do preto e branco
Livrando a alma do ópio...

As mãos se cruzam em prece
E nada acontece
Novamente abertos, os olhos se fixam  no relógio
É seu tempo que trará novamente a vida

Tempo amigo e solidário
Corra,
voe...
E volte com boas notícias...

Pedra Sutil

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