Maria

Maria é atrevida,
Atreve-se em viver.
Desce o morro,
Morre aqui,
Renasci ali,
Tenta acolá
E lá vai ela.
Trouxa nas mãos,
Mãe de seis,
Sempre sorri.
Sobe o morro,
Levanta a cabeça.
Leves pensamentos,
Papel cumprido
Pra quê marido?
Morreu o mardito!
Às cinco acordada,
Tarefas a fazer,
Filhos a cuidar,
Cuidados extremos.
Maria forte, determinada,
Nada a reclamar,
Nada a pedir,
Só a superar.
Vida triste para uns,
Para ela não,
Sem reclamação!
Novamente as trouxas,
Roupas a lavar.
Lava o passado,
Lava o desprezo,
Seca os olhos...


Pedra Sutil

* Poesia vencedora da fase municipal do Mapa Cultural Paulista 2006

Facebook Twitter RSS