Educação e realidade

   Já virou carne de vaca o assunto de que professores ganham mal no Brasil, que são desvalorizados. Ser professor do ensino básico no setor público já foi um grande atrativo. Hoje o caso é outro; o salário é insuficiente, assim como o aperfeiçoamento desses profissionais, estando, muitos deles, parados no tempo, não buscando especializações, que auxiliariam em melhores condições para desempenharem suas funções e procurar outros setores para exercerem seus trabalhos, desta forma, quem sabe, melhorar suas rendas e deixar de depender exclusivamente do Estado que tem muito pouco a oferecer.
   Além do conteúdo disciplinar, o profissional da educação tem que lidar com uma série de transformações e estar preparados para tantos desafios, por isso a importância da especialização. A sociedade mudou, os valores mudaram, muitos até acabaram. É na escola que o “bicho pega”. O papel que os pais deveriam cumprir fica a desejar: criação dos filhos negligenciada, proposta curricular estadual falha, criada, pelo visto, por grandes teóricos, porém, sem nenhuma visão real. Estados que colocam quarenta adolescentes em uma sala de aula muitas vezes sem estrutura, sem recursos além de lousa e giz e por aí vai. E quem segura as consequências? É o professor. É ele quem segura nas mãos a batata quente de tantos equívocos: a falta de amparo familiar dos alunos, a falta de estrutura que os Estados oferecem às escolas e propostas curriculares do ensino que cobram que esses profissionais façam milagres com as mínimas condições de trabalho. O salário é apenas mais um fator, e não o único, como muitos enfatizam.
   Ser professor em um país que não oferece condições dignas de trabalho é desestimulador. Observamos  a evidente diminuição na procura dos cursos de licenciaturas nas faculdades públicas e vários cursos sendo encerrados em faculdades particulares. Haverá poucos profissionais do ensino em um futuro próximo.
   Acredito que a educação é um triste e pesado fardo que não será em curto prazo para se tornar leve em um país que investe em copa do mundo e chuta longe as prioridades, principalmente, a prioridade intelectual de seu povo.
  




Pedra Sutil

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